A travessia do povo israelita (hebreu) durante 40 anos no deserto após serem libertos por Deus do Egito é repleto de grandiosos milagres desde a sua saída das terras egípcias. Não seria diferente na sua chegada a Canaã, a terra prometida.
Os israelitas apenas precisavam passar pela última cidade a sua frente: Jericó, nas proximidades do Rio Jordão, para posteriormente ingressarem em campanhas de conquistas sobre todas cidades da terra prometida. Neste momento, Deus faz um primeiro grandioso milagre para Josué (o escolhido para condução dos israelitas após a morte de Moisés) nesta sua última empreitada no deserto, equivalente ao realizado no começo da jornada para Moisés quando abriu o Mar Vermelho: Ele abriu, agora, o rio Jordão para passagem da arca da aliança, de Josué e dos sacerdotes, dos guerreiros e da população (inacreditável o quanto este milagre é pouco divulgado!):
(Josué, 3, 15-17) 15. Chegando ao Jordão, quando os sacerdotes que levavam a arca molharam os pés na beira da água (...) - a água que vinha de cima parou, levantando-se num só monte, bem longe (...) e a água que descia ao mar da Arabá, o mar Morto, escoou totalmente, de modo que o povo pôde atravessar diante de Jericó. Os sacerdotes, que levavam a arca da aliança do Senhor, ficaram parados no leito seco no meio do Jordão, enquanto todo o Israel atravessava a pé enxuto, até que todos acabaram de atravessar.
Porém, para adentrar Canaã, ainda tinham que passar pelas intransponíveis muralhas da cidade de Jericó. Mediam cerca de nove metros de altura por seis de largura. Eram verdadeiras fortalezas. Humanamente era impossível, mas eles tinham a promessa de Deus que sempre lhes foi fiel ao longo das décadas em meio ao deserto e consequentemente tinham a certeza da vitória.
Os israelitas estavam diante da cidade e ninguém saía e nem entrava. Os cananeus (moradores de Jericó) já sabiam dos grandiosos milagres que o Deus dos israelitas vinha fazendo ao longo das décadas no meio do deserto e estavam tremendo de pavor. Deus, então, ordena a Josué:
(Josué, 6) 3."Vocês, todos os guerreiros, rodeiem a cidade, dando uma volta ao redor. Façam isso durante seis dias. Sete sacerdotes levarão sete trombetas diante da arca; no sétimo dia deem sete voltas em torno da cidade, e os sacerdotes tocarão as trombetas. Quando for dado um toque longo e vocês ouvirem o toque da trombeta, todo o povo lançará o grito de guerra: as muralhas da cidade virão abaixo, e o povo a assaltará, cada um do seu lugar"
E assim o fizeram. No sétimo dia de cerco a Jericó e ao completar a sétima volta ao redor das muralhas diante da arca da aliança, os sacerdotes tocaram as trombetas e os soldados junto ao povo deram um forte grito de guerra a mando de Josué, quando então, as muralhas vieram ao chão! Os israelitas partiram em sequência de assalto para o combate, cada um em frente a posição em que estava, e tomaram a cidade vencendo seus valentes guerreiros, adentrando na terra prometida. Mas outros combates viriam à frente ainda em cidades mais distantes dentro de Canaã, porém estavam confiantes e fortalecidos na fé que tiveram no Senhor ao seguirem obedientemente Suas ordens!
O Papa João Paulo II havia sido eleito recentemente e pretendia ir a Polônia em 8 de maio de 1979, sua terra natal, para celebrar os 900 anos do martírio de Santo Estanislau. Mas o país estava tomado pelo regime comunista à época, contrários à igreja e ao papado. Seria impossível.
Surge, então, naquele momento, a intercessão de Nossa Senhora do Rosário, pedindo diretamente a uma alma muito caridosa que rezassem durante os sete primeiros dias de maio, para possibilitar a chegada do papa.
A solicitação de Nossa Mãe foi apresentada aos bispos poloneses, que se alegraram imensamente e atenderam prontamente o chamado. Todavia, pediram que esta ação não fosse chamada de Congresso, para não chamar a atenção do governo ateu. Nomearam, portanto, de Cerco de Jericó, com rezas de rosários consecutivos e adoração ao Santíssimo Sacramento naqueles primeiros sete dias e sete noites de maio, realizados em Jasna Gora, um Santuário Mariano da Polônia. Neste meio de tempo, chegaram a recusar o visto de entrada do Papa, levantando uma consternação nacional e um reforço ainda maior das orações.
Mas... Ao final do sétimo dia de contínuas recitações dos rosários, caíram as "muralhas de Jericó", com a emissão da autorização da visita de João Paulo II ao país no mês de junho daquele mesmo ano! Durante sua visita, consagrou a Polônia ao Imaculado Coração de Maria diante de 1,5 milhão de pessoas em Blonic Kraskokic.
Nossa Senhora faz uma segunda aparição ainda, pedindo que se rezasse o Cerco de Jericó todas as vezes que o Papa saísse em missão de apostolado. Basta lembrar que posteriormente em 1981 João Paulo II sofreu um atentado a tiros, ficou ferido gravemente, mas sobreviveu. Ele atribuiu a mão de Nossa Senhora que desviou a bala, atingindo-o em um local não fatal do corpo!
Podemos hoje em dia encontrar Cercos de Jericó em diversas paróquias do país e pelo mundo, rezando o rosário durante sete dias e sete noites consecutivas diante do Santíssimo Sacramento, com diversas missas diárias, confissões, jejuns e leituras da Sagrada Escritura. Mas para derrubar qual muralha? Todos nós temos problemas que chegam a ser humanamente intransponíveis, como era aquela muralha para os israelitas. Bom, então agora é com Deus! A você, basta assumir seu papel de oração, cercando sua realidade com a vida espiritual, buscando ao Senhor e entregando tudo em Suas mãos. Inúmeras "fortificações" estão sendo derrubadas nestes intensos rosários recitados durante uma semana e de adoração ao Santíssimo Sacramento. Portanto, não deixe de participar na sua localidade e lançar toda sua fé e problemas insolúveis a Deus! Caída as muralhas, não significa que não virão combates futuros... Sim, eles podem vir. Mas você estará fortalecido espiritualmente para a guerra, como Josué enfrentou todos seus adversários depois da queda das muralhas!
Referências: Bíblica Sagrada (Editora Paulus), Canção Nova Oficial, Renovação Carismática Católica, Eventos - Canção Nova, Paróquia Nossa Senhora de Fátima (Bahia), Paróquia Nossa Senhora de Fátima (Itaboraí/RJ)