O milagre relatado a seguir é uma tradução do texto obtido no site do Santuário Nacional de Santa Filomena, em Briggsville Wisconsin, nos Estados Unidos (The Nacional Shrine of Saint Philomena) e aprovado por autoridades da igreja, bispos e alguns Papas.
Fonte: Imagens do Google Mapas
"Em junho de 1925, a Sra. Maria Cementano, acompanhada de sua amiga Maria Compare, foi ao ateliê do famoso artista Louis De Luca e, com palavras sinceras e corajosas, expôs seu fervoroso desejo de uma imagem de Santa Filomena para a Igreja da Cesárea. Era para ser feito de papel machê e o artista tinha que criar apenas as mãos, a cabeça e os pés, já que a jovem devota queria vestir a santa pessoalmente com um vestido branco e um manto roxo.
No início, ele se recusou, alegando que era um artista famoso e estava acostumado a fazer suas formas artísticas em bronze e mármore, não em papel machê. Queria dar plena expressão e vida às suas obras. Ele não fazia apenas cabeças mutiladas e tocos de santos. Mais tarde, convencido pela insistência da jovem, aceitou.
Apaixonou-se pelo assunto; viveu aquele período (...) na intimidade do coração e completou a estátua, que foi apresentada em 13 de agosto de 1925. Alguns dias depois, De Luca já não estava feliz com seu trabalho. Enquanto todos elogiavam, ele sentia a necessidade de corrigi-la. Durante um mês inteiro reviveu a sua Santa Filomena e só em 30 de Setembro foi devolvida a estátua ao Santuário da Cesareia.
Dia primeiro de outubro foi, então, a importante vigília (...)
mas o povo não reconheceria nesta estátua a sua Santa, porque De Luca decidiu representar uma jovem agonizante, dando à imagem um olhar cadavérico. As pálpebras para baixo, os lábios uma cor arroxeada. Esta estátua representava uma pessoa moribunda, talvez uma heroína, mas certamente não uma mártir. Naquele rosto não havia um brilho rosado, nem vestígios de uma paixão mística.
A razão pela qual a estátua "não tinha vida" era simples: o artista não tinha sensibilidade espiritual. Dom Fabozzi tentou explicar a De Luca que Santa Filomena era uma mártir e que os mártires, no momento supremo, se tornam luminosos, inflamados de amor a Deus; nunca estão tão vivos como no instante em que morrem.
De Luca não quis ouvir nada disso. A barreira entre eles não era sobre um conceito diferente de arte, mas um conceito diferente de fé.
A obra foi colocada temporariamente na sacristia. Durante esse dia foi visto por muitos padres, freiras, senhoras de caridade e todos partilhavam a mesma opinião: ela era simpática, era linda, mas parecia um cadáver. As mesmas moças que haviam encomendado a estátua ficaram infelizes e tentaram convencer o artista a colori-la um pouco, mas quando souberam que isso exigiria mais tempo, decidiram deixá-la como estava. Desapontadas, elas pediram a De Luca que colocasse pessoalmente o manto roxo artisticamente na estátua.
No dia seguinte, 2 de outubro, era festa dos Anjos, e Dom Fabozzi celebrava a missa em sua homenagem, onde havia um altar dedicado a eles. Quando o Padre Di Millo, que iria celebrar a missa seguinte, chegou, não achou conveniente colocar a roupa na sacristia durante a celebração (...) e, contrariamente ao seu comportamento habitual, foi para a última sala (onde estava a imagem).
Movido pela curiosidade, levantou os jornais que cobriam a estátua e também ele ficou impressionado com aquela coloração mortal. Pouco tempo depois, De Luca entrou (na mesma sala) e de repente saiu muito agitado, trêmulo, emocionado. Voltando-se para Dom Fabozzi, perguntou quem havia modificado a estátua.
O padre disse-lhe que ninguém a tinha retocado, mas vendo que ele não estava convencido, ambos foram para a última sala.
Ele também ficou atônito. A imagem já não era a mesma. As feições permaneceram iguais, mas sobre elas uma mão desconhecida espalhou um tom rosa extremamente delicado. Era rosa sutil, virginal. A cor não era uniforme, somente nas bochechas, nas narinas, e no queixo... mesmo sob as unhas tinham esse sombreamento espantoso.
Não eram remendos, mas admiravelmente artísticos. Particularmente surpreendentes foram os lábios: a cor arroxeada havia desaparecido, e agora havia uma coloração rosada não uniforme, mas cheia de diferentes tonalidades. A estátua estava totalmente seca, como se tivesse sido pintada mais de quinze dias antes. Na verdade, o cabelo que De Luca havia colocado na semana anterior ainda estava "pegajoso", enquanto o rosto, pintado agora por um misterioso pincel, estava completamente seco.
Eles tentaram dar pouca publicidade ao evento porque queriam estudar o fenômeno surpreendente.
No jornal Roma, havia um artigo que sugeria um teste para verificar o milagre. Se De Luca ainda tinha sobras das cores usadas para a estátua, por que não pintar uma cabeça, colocá-la nas mesmas condições ambientais e depois verificar depois de alguns dias o que aconteceu?
O experimento foi imediatamente aceito e realizado com padrões científicos. A cabeça de uma estátua foi pintada com o que sobrou das cores usadas por De Luca, usando a máxima precaução. Alguns dias depois, os lacres foram retirados e o resultado foi verificado: a cabeça permanecia amarelada, pálida, cadavérica.
Neste ponto, alguém falou sobre uma reação química. De Luca foi questionado e perguntaram-lhe que materiais tinha usado para a pintura. Ele declarou que havia usado argila amarela e rejunte de prata, adicionando um pouco de âmbar e um pouco de argila verde. Misturando a argila amarela com o sombrio rejunte prateado, ele havia conseguido uma cor pálida, quase mortal. Ele deu três revestimentos dessa tinta para a obra, deixando alguns dias entre cada um deles para permitir que (...) secassem adequadamente. Com elementos tão técnicos e químicos era impossível ter uma reação tão anômala para gerar uma cor rosada. O que tinha acontecido era sobrenatural!
Com efeito, os membros do Clube Artístico de Nápoles enviaram um relatório às Autoridades Eclesiásticas, assinado pelo Tribunal de Inquérito, no qual se declarava que, naquelas condições ambientais, uma reação química não poderia ter produzido o fenômeno conhecido.
Estas eram pessoas muito corajosas, é preciso admitir, pois afirmar a verdade num século permeado por céticos era um verdadeiro ato de coragem."
Referências: The Nacional Shrine of Saint Philomena, Google Mapas