Como católicos, sabemos que cada santa missa tem um valor infinito, além da nossa compreensão humana. São João Maria Vianney (Cura d'Ars) tenta explicar esse valor:
“alegra toda a corte celestial, alivia as pobres almas do purgatório, atrai sobre a terra todo o tipo de graças e dá mais glória a Deus do que todos os sofrimentos dos mártires juntos, do que as penitências de todos os santos, do que todas as lágrimas por eles derramadas desde o princípio do mundo e tudo o que possam fazer até o fim dos tempos”
Devido a esse imenso valor, uma única missa pode amenizar imensamente as dores das almas do purgatório ou mesmo libertar inúmeras delas que hoje residem lá (algumas há séculos ou até milênios). E você? Costuma oferecer missas pelas almas do purgatório? Consegue imaginar o quanto elas anseiam que alguém se lembre delas na terra e lhes oferte missas e orações para serem libertas de suas torturas? Depois de ler esse milagre, certamente se recordará mais delas!
Era o ano de 1829, na Irlanda. Construiu-se na aldeia de Knock, condado de Mayo, uma humilde igreja dedicada a São João Batista, na qual cabiam apenas cerca de 30 pessoas. Era conduzida pelo padre Bartholomew Cavanah, conhecido por ser uma pessoa muito caridosa, pois ofertava todos seus bens materiais aos pobres.
Mas ele sabia que não só os vivos precisam de ajuda, mas também os mortos! E como precisam!!! Sendo devoto de Nossa Senhora da Conceição, sempre pedia sua intercessão por essas pobres almas. Ciente ainda que Nossa Mãe conhece os sofrimentos destas almas, fez o padre sua parte: rezou 100 missas pelas almas do purgatório que Nossa Senhora mais quisesse logo ver libertas.
A centésima missa ocorreu em 21 de agosto de 1879. Cumpriu sua missão. E moveu o coração da Mãe que decidiu mostrar sua gratidão por tão grandioso ato de amor ao próximo, realizando uma aparição na humilde igreja que o padre pregava.
Naquela noite da última missa, a empregada do padre, chamada Mary McLoughlin, passou em frente a igreja e viu três "imagens" e um altar que antes não estavam lá, sob um efeito de luzes sobre elas. Estranhou, mas simplesmente achou que o padre tinha encomendado mais imagens para a paróquia e algum jogo de iluminação.
Conversando em seguida com uma amiga sua, Mary Beirne, disse que também viu essas imagens iluminadas na igreja ao longe e também achou fora do comum. Ambas voltaram à igreja e viram a milagrosa aparição:
Ao se aproximarem mais viram que não eram imagens, pois se locomoviam. Eram aparições!!! Porém sem dizerem nada. Vestiam roupas brancas, reluzentes como prata, assim como estavam envoltas de uma luz dourada. Caminhavam sob um monte de ervas que haviam no local. Atrás delas apareceu um altar que também resplandecia sob a iluminação dourada. Sobre o altar havia um cordeiro e uma grande cruz branca, rodeada por seis anjos com asas.Mary Bernie ciente da visão milagrosa, correu até a vizinhança e chamou outras pessoas, totalizando 15 videntes das aparições. De forma unânime diziam ser Nossa Senhora, com São José a sua direita e São João Evangelista à esquerda. Alegavam ainda que as aparições eram muito claras, como se tivessem corpo. Notaram que Nossa Senhora tinha uma coroa dourada sobre a cabeça e São João carregava os evangelhos nas mãos. Os três permaneceram em total silêncio. Devido a este fato, nomearam esta aparição da Mãe de Nossa Senhora do Silêncio.
A aparição durou cerca de duas horas. Neste período os 15 videntes rezaram rosários defronte aos santos e de Nossa Senhora, até que desapareceu.
Com a divulgação da aparição, milhares de pessoas começaram a ir até a pequenina igreja. Não só. Começaram a raspar a parede próxima ao local da aparição para aplicar ou passar onde precisavam de curas. O padre Cavanah contabilizou mais de 300 curas milagrosas destas pessoas!
Muitas destes milagres foram relatadas a Roma em conjunto aos testemunhos dos 15 videntes. Em 1936 obteve aprovação e reconhecimento total da igreja católica. Ao completar um século da aparição em 1979, o papa João Paulo II abençoou o local presencialmente em uma celebração diante de milhares de fiéis. O papa Francisco é um atual grande devoto de Nossa Senhora do Silêncio!!!
A equipe Miraculum tem devoçâo às santas almas do purgatório e convidamos você a rotineiramente rezar suas orações e ofertar missas por estas pobres almas, tanto pelos seus familiares falecidos quanto pelas almas esquecidas, as quais não têm ninguém na terra que se lembrem delas e as possam ajudar a se livrarem ou a amenizarem seus tormentos. Lembre-se ainda desta frase de Santo Agostinho:
"Quem nesta vida mais socorrer as almas do purgatório, Deus fará com que seja também socorrido por outro, quando estiver lá no meio daquelas chamas"
Mãe do Silêncio e da Humildade, tu vives perdida e encontrada no mar sem fundo do Mistério do Senhor. Tu és disponibilidade e receptividade.
Tu és fecundidade e plenitude.
Tu és atenção e solicitude pelos irmãos.
Estás revestidas de fortaleza.
Resplandecem em ti a maturidade humana e a elegância espiritual.
És senhora de ti mesma antes de ser nossa Senhora.
Em ti não existe dispersão.
Em um ato de simples e total, tua alma, toda imóvel, está paralizada e identificada com o Senhor. Estás dentro de Deus, e Deus dentro de ti. O Mistério total te envolve e te penetra e te possui, ocupa e entrega todo o teu ser.
Parece que em ti tudo ficou parado, tudo se identificou contigo: o tempo, o espaço, a palavra, a música, o silêncio, a mulher, Deus. Tudo ficou assumido em ti, e divinizado.
Jamais se viu figura humana de tamanha doçura, nem se voltará a ver nesta terra uma mulher tão inefavelmente evocadora. Entretanto, teu silêncio não é a ausência, mas presença. Estás abismada no Senhor e ao mesmo tempo atenta aos irmãos, como em Caná. A comunicação nunca é tão profunda como quando não se diz nada, e o silêncio nunca é tão eloqüente como quando nada se comunica.
Faze-nos compreender que o silêncio não é desinteressante pelos irmãos, mas fonte de energia e de irradiação, não é encolhimento mas projeção. Faz-nos compreender que, para derramar, é preciso preencher-se. Afoga-se o mundo no mar da dispersão, e não é possível amar os irmãos com um coração disperso. Faze-nos compreender que o apostolado, sem silêncio, é alienação, e que o silêncio, sem apostolado, é comodidade.
Envolve-nos em teu manto de silêncio e comunica-nos a fortaleza de tua fé, a altura de tua Esperança e a profundidade de teu Amor.
Fica com os que ficam e vem com os que partem. Ó Mãe Admirável do Silêncio! Amém.
Referências: Santuário de Knock, A12, Padre Alexandre Fernandes, Padre Reginaldo Manzotti, Lina Luz Oficial, Tenda do Senhor, ComShalom