Os sofrimentos do Padre Pio para salvação das almas e sua visão mística dos motivos de uma senhora sofrer há 30 anos
(Lucas, 9:23): "Se alguém quer vir após mim, renegue-se a si mesmo, tome cada dia a sua cruz e siga-me".
O fato dos sofrimentos, ou cruzes, nos corrigir de nossos erros e nos reconduzir novamente a Deus é compreendido pela maior parte dos católicos, com forte efeito de aprendizagem resultante desta permissão divina em nossas vidas. Mas veja o caso de Jó, no antigo testamento, que sempre andou por caminhos retos: lhe foi tirado tudo (família, riqueza e saúde) para que satanás fosse desmentido sobre o questionamento que fez do amor dele a Deus diante do tribunal divino. Jó imaginaria que aconteceria algo tão trágico com ele, mesmo mantendo-se sempre nos trilhos de Deus? Por outro lado, o fato de ter passado por essa provação sem revoltar-se contra o Criador o fez um dos homens mais célebres da Bíblia e honrados por Deus posteriormente.
Portanto, os desígnios de Deus para Sua permissão dos sofrimentos em nossas vidas são inúmeros e muitas vezes apenas entenderemos perfeitamente quando chegarmos no reino de Deus, mas há algumas explicações adicionais que já nos foram desvendadas, expostas pelo próprio Jesus a seus santos em aparições particulares (e não muito divulgadas).
Por exemplo, alguns cristãos dizem: sofro a tantos anos, ou décadas, com certa doença física, ou psicológica ou psiquiátrica, mas sou um cristão que tem procurado sempre melhorar... não entendo porque não consigo cura! Padre Pio, então, deixou claro através dos tremendos sofrimentos de sua vida um dos possíveis desígnios de Deus para esta situação: muitas vezes sofremos para reparação e salvação não APENAS de nossas almas, mas TAMBÉM pelas almas de nossos familiares desregrados e de quaisquer irmãos escolhidos por Deus! E devemos sofrer tudo isso por amor a eles e a Deus! Somos participantes da Paixão de Cristo e receberemos na eternidade nossa grande recompensa por esse amor!!! Veremos isto neste post.
Os estigmas de Padre Pio
Padre Pio foi o único sacerdote da história da igreja ao qual Deus contemplou com Seus estigmas nos pés, mãos, ombro, cabeça e coração (os demais estigmatizados eram leigos), ficando visíveis em 1918 até a sua morte, ou seja, pelos próximos 50 anos de sua vida. Eis seu relato de quando Jesus que lhe apareceu em visão particular e lhe associou a Seu sofrimento:
"Depois da celebração da Missa (...) em um momento fui assaltado por um grande temor, depois voltei para a cama e vi Nosso Senhor com a postura de quem está na cruz (...) lamentando-se da falta de correspondência dos homens. Assim se manifestava que Ele sofria e que desejava associar as almas à sua Paixão. Convidava-me a compenetrar-me em suas dores e meditá-las. (...) cheio de compaixão pelas dores do Senhor lhe perguntava o que podia fazer". Recebeu a resposta de Jesus: "Eu te associo à minha Paixão"
Retornou a sua consciência caído ao chão e com os sinais dos estigmas ensanguentando o piso. As dores eram muito fortes, mas conseguiu arrastar-se até sua cela (quarto) do convento, levantando as mãos ao alto e dando graças.
Observando-o sempre com suas luvas manchadas de sangue, parecia um simples ferimento nas mãos. Mas não era isso que ele sentia. A dor era tão absurda que tinha a constante noção de não conseguir descansar. Relatava: "Se eu me permitir dormir, a dor destes (estigmas das mãos) é multiplicada muito além da medida. (...) De quinta feira a sábado, como também a terça, é uma tragédia dolorosa para mim. As mãos, os pés e o coração parecem ser transpassados por uma espada. A ferida no coração sangra abundantemente (...) estou convicto de que tenho em mim algo que sinto como uma barra de ferro que se estende por baixo do meu coração até o lado inferior direito das minhas costas".
No seu dia-a-dia, mal conseguia fechar as mãos e pegar algo ou escrever direito, pois aumentava a dor e os sangramentos. Inclinar o corpo também aumentavam as dores torácicas, necessitando até mesmo de ajuda para vestir seu hábito. Isso tudo ao longo de 50 anos.
O próprio padre relata que Deus não lhe deu Seus estigmas apenas por decoração ou para observação dos próximos, mas sim para reparação dos pecados, salvação das almas e conversão dos pecadores. Uma frase sua ficou célebre sobre o assunto:
"Não há redenção sem derramamento de sangue"
Seus estigmas foram analisados por várias comissões científicas e não tinham dúvida em relatar que não se tratava de algo natural, mas sobrenatural. As feridas eram exatamente onde foram os estigmas de Cristo em sua crucificação, suas dores se intensificavam na semana santa e sexta-feira da paixão, não havia mau cheiro ou podridão com o passar do tempo, não respondiam aos medicamentos tradicionais da medicina e não cicatrizavam.
Doenças cotidianas e inexplicáveis do Padre Pio
As extraordinárias febres que assaltavam o padre eram impensáveis, quebravam ou estouravam os termômetros comuns, precisando colocar termômetros especiais da construção civil para mensurá-las. Chegavam aos 53ºC que perduravam por dias, o que certamente levaria ao falecimento algum "corpo normal".
Sofria ainda em seu dia-a-dia de outras doenças "incuráveis", pois não respondiam a medicações comuns para as mesmas. Uma delas era sua úlcera gástrica. Chegou a ficar 21 dias sem se alimentar, só recebendo a Sagrada Comunhão como alimento, e ao se alimentar por vezes vomitava tudo. O muito pouco que comia cotidianamente era aproximadamente apenas 1/4 do que realmente precisaria seu corpo. Não era nem um pouco suficiente para seu equilíbrio físico e de vitaminas. Mas em vez de emagrecer, permanecia sempre com 90 kg ou até ganhava algum peso!
Passava ainda por crises de fortes pneumonias que o jogavam à cama e dificultou sua respiração ao longo de toda sua vida. As demais doenças eram: bronquite catarral, asma, hemorroidas trombosadas, intensas dores nos joelhos, fortes dores de sinusite no rosto, artrose generalizada, crises de cólicas nos rins, constantes dores de cabeça, cegueira parcial, problemas nos ouvidos e laringe. Em uma operação de hérnia que fez, pediu para que o médico não aplicasse anestesia, possibilitando ofertar este sofrimento às almas.
Mesmo com todos estigmas e doenças que não se curavam, não deixava de atender até 14 horas por dia no confessionário, realizar as missas (que passavam de 3 horas) e rezar boa parte da madrugada, quase não dormia...
Não bastasse as dores físicas, também era assolado por dores psicológicas, pois constantemente era perseguido, humilhado, difamado e excluído, principalmente nos momentos em que sua fama foi crescendo na Itália.
As recompensas do sofrimento
E mesmo com todas estas dores cotidianas dos estigmas, de suas doenças e psicológicas, ele queria mais!
Chegou a relatar ao seu diretor espiritual: "Eu tenho uma sede ardentíssima de sofrer bastante (...). Mais do que nunca estou contente no sofrimento. E se escutasse só a voz do meu coração, pediria a Jesus que me desse todas as tristezas dos homens. Mas não o faço pois temo ser egoísta demais, cobiçando para mim a melhor parte: a dor. Queria ter infinitas vidas para sofrer todas por Deus. Essa é minha queixa a Jesus, que me oferece tão poucas ocasiões de padecer".
Claro, ele sabia que quanto mais sofresse, mais estaria próximo de Jesus hoje e no futuro e mais almas ajudaria a salvar, trazendo-lhe tesouros de recompensas na eternidade! Enfatizava que gostaria de fazer como disse o apóstolo Paulo: "Quero completar em minha carne o que faltou na Paixão de Cristo". Deixava claro, então, que o sofrimento de Cristo não terminou, nós deveríamos completá-lo.
Ademais, foram inúmeros os santos e leigos que Deus os chamou de vítimas, pois lhes permitiu tamanhos sofrimentos que Ele confirmava depois que tais dores teriam salvo até mesmo cidades inteiras de grandes catástrofes. Para Padre Pio, Jesus disse claramente em visão particular:
Jesus: "Meu filho, eu preciso de vítimas, a fim de apaziguar a ira justificável e divina de meu Pai: renove o seu sacrifício e o faça sem reservas
Padre Pio tem uma visão mística dos motivos de uma senhora sofrer há 30 anos
Há um registro do próprio padre Pio confirmatório de que vários de nós também podemos ser essas vítimas escolhidas por Jesus, mesmo que em menor grau de provação em comparação aos santos, dependendo daqueles que precisam de salvação ao nosso redor ou de desconhecidos aos quais não há ninguém que reze ou se sacrifique por eles. Tratava-se de uma senhora, que chegou até ele arrastando-se e lhe indagou:
"Me diga padre, porque estou sempre doente há 30 anos? Posso até fazer meus trabalhos caseiros, mas é muito difícil". Padre Pio Pio tem uma visão mística de sua vida e de seus familiares e docilmente lhe responde em seguida: "Sua doença filha, é uma graça muito grande. Deus te escolheu para que sofras. Você tem dois irmãos que levam uma vida bastante desordenada e pecaminosa. Outros parentes seus não são lá muito melhores. Tu estás sofrendo e reparando por eles, para salvar-lhes as almas. Suporta mais dois meses e ficarás curada. Cada sofrimento é a graça de Deus, embora não compreendas isso, fará bem a nós e as almas se repetirmos sempre de novo: Senhor, faça-se a Vossa vontade. Afinal, que de melhor podemos oferecer a Deus senão o próprio sofrimento suportado com paciência e amor. Com isso salvaremos muitas almas e a nossa também"
Portanto, se for vontade de Deus que alguns de nós sofra por nossos irmãos, estaremos colocando em prática o que sempre repetimos na missa em coro: "Senhor, fazei de nós um só corpo e um só espírito". Deus é a cabeça e nós somos os membros. Afinal, estando sua mão esquerda machucada, você não usaria sua mão direita para remediá-la e seus pés para caminhar até o hospital em busca de ajuda a fim de que todo o corpo fique saudável? É a mesma coisa. Nada mais é do que amar ao próximo como a ti mesmo ao qual Jesus tanto nos pediu.
Mas observe, como dito no começo, só Deus sabe todos os motivos de nossos sofrimentos. Cabe a nós acatarmos sem restrições e murmurações. Veja, pois, o caso do cego de nascença que Jesus e os apóstolos encontraram pelo caminho. Os apóstolos acharam que sua cegueira era devido a seus pecados ou de seus pais (assemelhando-se ao caso da senhora acima visto), mas não era nem uma coisa nem outra:
Apóstolos: "Mestre, quem pegou este homem ou seus pais, para que nascesse cego? Jesus respondeu: “Nem este pecou nem seus pais, mas é necessário que nele se manifestem as obras de Deus." João, 9:1-3.
O que nós sabemos é que Deus é justo: se Ele permite a cruz em nossa vida, depois Ele nos traz a vitória. E quanto maior a cruz dada a você em vez de outro que pouca tribulação tem e peca muito, maior a sua vitória e recompensa!!! E a cruz é passageira, mas a recompensa é eterna!!!
Concluímos com uma frase do Padre Pio que resume tudo:
"Ocupe seu tempo tentando ganhar almas para Jesus"