As tentativas de ceifar a fé cristã pelos regimes comunistas foram incontáveis, nos mais diversos países e décadas, em especial no continente europeu. O relato a seguir demonstra uma destas persuasões e o combate da fé inabalável dos católicos da Lituânia.
A Colina das Cruzes situa-se a cerca de 12 quilômetros da cidade Siauliai, na Lituânia. Este município foi anexado à antiga URSS (assim como também foi um dia o país da Ucrânia) no século XIX após ser tomada das mãos dos Alemães no fim da segunda guerra mundial. Neste período, sua população sofreu todos os processos de tentativas de liquidação do cristianismo, assim como fizeram em todos países desta região - pois entrava em conflito com a ideologia socialista que o governo ateu apregoava. A fé católica, por outro lado, nunca foi abalada, apesar de combatida.
As primeiras cruzes na colina surgiram em revoltas ocorridas aproximadamente nos anos 1831, em uma revolução contra o imperialismo russo. O exército russo, porém, foi muito superior e dizimou os revolucionários. Seus parentes não conseguiram localizar os corpos de seus entes, deixando então cruzes no local como lembrança e respeito. Pouco a pouco as cruzes foram aumentando em volume naquela região, vindo a se tornar local de peregrinação cristã.
Porém, pelo fato da região ter sido dominada pelo regime comunista até a independência da Lituânia em 1991, inúmeras tentativas de remover as cruzes foram realizadas pelos agentes russos da KGB.
Na primeira tentativa em 1961, queimaram as cruzes de madeira, quebraram as de pedras e sucatearam as de metal. Em vão! Sua população católica no meio da noite do outro dia invadiu o local e alicerçaram novas cruzes. A inteligência russa sempre observando os novos movimentos, voltaram outras duas vezes à colina e devastaram tudo novamente, chegando até mesmo a despejar resíduos de esgoto no local. Mas quanto maior a profanação, maior era o empenho dos cristãos lituanos para reerguer sua obra de fé, invadindo outras vezes a colina de forma estratégica e corajosa, arriscando suas vidas, para colocar novas e mais cruzes.
Desta forma, a colina tornou-se um símbolo lituano da luta de seus cristãos pela sua religiosidade e fé. Somente no ano de 1985, não tão distante dos dias atuais, é que a colina sagrada foi deixada em paz, tornando-se local de intensa peregrinação cristã. O próprio papa João Paulo II visitou o local e deixou uma cruz em 1993. Relata-se que em dias de vento, as cruzes e rosários geram um belo som, equivalente ao de uma música. Adicionalmente, a UNESCO decretou a colina como Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade.
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Referências:
CATOLICISMO ROMANO. A Colina das Cruzes e o testemunho de fé dos católicos lituânios
GUIA MUNDIAL DE PEREGRINAÇÃO. Colina das Cruzes
SAPO VIAGENS. A impressionante colina das cruzes na Lituânia